Excomunhão dos médicos causa polêmica

Vaticano apoia excomunhão de médicos que fizeram aborto em menina

Ontem eu estava ouvindo meu pai assistindo o programa do Datena e me chamou a atenção ele protestando, aos berros, contra o caso da excomunhão dos médicos responsáveis pelo aborto na garota de Pernambuco. É uma discussão complexa que o
apresentador, ignorante como sempre, prefere superficializar para que sua opinião pessoal se sobressaia à informação. Em tempos de luta pelo IBOPE e da eterna falta de instrução da população brasileira, apresentadores como esse espalha desinformação por onde passa.

A análise desse caso de excomunhão não deve ser complicada. É questão de lógica. A Igreja Católica tem regras e um direito próprio, chamado de direito canônico. A posição oficial da Igreja sempre foi a favor da vida desde a concepção e repudia o aborto, a pesquisa com embriões e o sexo antes do casamento. Ótimo. Quem participa dessa Igreja e quer fazer parte das suas fileiras, obviamente concorda com seus preceitos e participa de seus ritos consciente dos seus deveres enquanto membro. O cumprimento dessas regras não tem fiscalização, logo os padres dependem da confissão e da consciência de seus fiéis.

Ninguém é obrigado a ser católico e ninguém é obrigado a concordar com seu direito e seu código. Existem milhares de Igrejas com regras diferentes. Basta mudar de religião. O que a impresa quer, que a Igreja mude seu código porque o Datena, ou o Lula, ou a Folha de São Paulo pediu? Corretíssima a excomunhão desses médicos. Se eles são católicos, desde sempre estavam conscientes desse risco perante à Instituição. Basta agora, se praticam o ato sem nenhum tipo de peso na consciência, mudem para uma religião que acolham suas consciências. Aborto não é aceito pela religião católica. Se eles o praticam em sua profissão, por lógica não podem ser católicos. E isso não afeta nem um pouco a vida social deles. Não entendo o porquê do blá blá blá.

A teologia católica e o direito canônico tem autonomias e pensamentos próprios. A única diferença é que a adesão é livre. Diferente do direito laico em que, por vivermos em sociedade e pelo simples fato de nascermos no Brasil de pais brasileiros, já estamos "inseridos" automaticamente no Código Civil Brasileiro. Quem não concorda com as leis brasileiras ou pratica atos contra essa lei é punido de acordo com suas faltas (pelo menos no papel). A Igreja tem as suas punições também. Como qualquer direito que se preze. Agora, porque a "excomunhão" e não uma simples punição leve? Porque as vítimas já estão mortas.

O Datena acusa a Igreja de ser retrógrada e de estar vivendo na Idade Média, só que por pelo menos 5 vezes ele usou como argumento a Inquisição. Ou seja. Ele busca fatos da Idade Média pra sustentar suas opiniões. Ele se diz católico apostólico romano e depois desce o cacete nos preceitos católicos. Depois diz que só acredita em Deus. Resumindo: ele não sabe o que diz. Fala uma coisa e se contradiz 30 segundos depois.

Lamentável reduzir uma discussão tão delicada num sem número de absurdos lógicos e falácias verborrágicas. Datena. Se informe antes de informar.

A novela da Biografia do Roberto Carlos

Notícia da Folha

Roberto Carlos pegou seu cetro e deu uma pancada na liberdade de expressão no ano de 2007. A novela que ele, lamentavelmente, armou em cima da sua biografia não-autorizada está se desenrolando até hoje na justiça. Mesmo sem ter lido o livro, o Rei mandou seus advogados pra cima do escritor Paulo César de Araújo numa clara demonstração de truculência intelectual.

Logo ele, que doou sua vida para o público e foi ricamente recompensado pelos fãs não permite agora que a literatura tente compreender sua figura. A inquisição parece estar no espírito religioso do cantor e esparrama uma incômoda mancha em sua história.

A partir do momento em que alguém se lança na carreira artística, tem que estar preparado para abdicar de sua vida pessoal e ver sua história "apropriada" pelo domínio público. Esse mesmo público que traz tantas alegrias e riquezas é agora impedido de ler o trabalho do escritor? Se Roberto não autorizou a biografia é por que em nenhum momento sabia dela, logo conclui-se que o material de pesquisa do biógrafo estava por aí, só foi juntado num único volume.

Agora, é justo todo esse trabalho exaustivo e apaixonado ser simplesmente "recolhido"? Definitivamente não.

Nós fãs, torcemos para que o Rei pare de se preocupar com as consequências de ter escolhido a vida de ícone público e se empenhe, no futuro, em voltar a lançar bons cd´s. Coisa que já não faz há anos.