Reconhecemos a importância da política em nossas vidas e a necessidade de debatermos as coisas para alcançar o melhor para todos, mas é inegável que o jeito brasileiro de fazer essa política é estranho, sendo quase impossível não desconfiar das intenções parlamentares. Política deveria ser feita tomando como objetivo o bem público, nunca o privado. O desenvolvimento coletivo, não o pessoal.
Platão já sugerira 400 anos antes de Cristo que o governo deveria ser entregue nas mãos de filósofos. Num primeiro momento, pode parecer que o grego estaria puxando sardinha para sua classe, mas a coisa deveria ser por aí mesmo. Se quem nos dirige entendesse de humanidade e soubesse a lógica do funcionamento social, não haveria espaço para tanta bandalheira. Agora, em época de eleições municipais, o horário gratuito divulga o nível dos representantes que iremos colocar no poder.
Nossos representantes são o espelho da nossa sociedade sem educação, sem conhecimento, cultura e visão de futuro. Esses candidatos estão muito longe de serem filósofos ou coisa parecida. A política que os colocou lá é aquela mesma que conhecemos no ambiente de trabalho, nas comunidades que atuamos e em toda vida social brasileira. É aquela política que analisa em último caso o mérito pessoal. Eles não estão lá porque merecem ou porque tem competência para tal. Estão lá porque conhecem alguém que está no comando e conseguiram uma mãozinha pra subir (do jeito brasileiro) a montanha do poder. Essa montanha, para ser escalada, não precisa de estudo ou preparação. Não perca tempo com isso. Para escalar, faça os amigos certos.
Não é essa política que queremos.