Matéria da Folha
Por que o amor, o desespero e a loucura andam tão próximas? Quando dizem "crime passional", fico estarrecido. Quem ama não mata. Não é simples?
O que se passa na cabeça de um jovem de 22 anos que destrói sua vida, de sua ex-namorada e de todos os envolvidos com o casal, ao entrar no apartamento dela armado disposto a matar? Num planeta de 6 bilhões de pessoas, ele acha que só existe uma mulher que pode preenchê-lo. Obsessão? Não. Esta é mais uma prova da fragilidade dos laços humanos.
Zigmunt Bauman, sociólogo polonês já falava sobre isso no seu livro "Amor Líquido". Amor é risco. Mas não esse risco que o jovem propôs. É um risco da vida e não de vida. Vive-se o eterno risco do desgaste, da contrariedade e da incerteza de conforto na vida a dois. O amor sempre resolve tudo e, munido de um verdadeiro sentimento, pode-se sempre encontrar uma saída. Quem é maduro o suficiente sabe disso.
Se esse jovem tivesse amor, com certeza iria encontrar alguém disposto a recebê-lo. Não precisava meter uma bala na cabeça da menina. O que ele ganhou com isso? Perdeu a chance de ter passado por esse planeta e deixar algo positivo.
Há 6 anos